Senhor Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada
Senhora Presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária Antero de Quental
Caro Gerente da Editora Publiçor
Caro Presidente da Associação de Estudantes
Caros Antigos Alunos
Senhoras e Senhores
Vou
falar-vos do objetivo da iniciativa, do conteúdo do livro, dos nossos
agradecimentos e dos seus lançamentos.
Primeiro,
então, o enquadramento da edição.
Em boa verdade, a razão de ser deste livro fundamenta-se em fevereiro de 1852, com a instalação do Liceu de Ponta Delgada, justifica-se em agosto de 2002, com a criação da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, e consolida-se em novembro de 2013, com a entrada em funções desta nova direção.
Pretendia-se,
tão somente, homenagear um liceu que nos marca para a vida.
E
procurou-se, significativamente, fazê-lo através do testemunho pessoal de
antigos alunos que se orgulham do liceu e que orgulham o liceu.
São
apenas alguns de tantos outros possíveis.
Por
cada convite feito, ficaram milhares de convites por fazer.
Mas
lá conseguimos um conjunto de quase uma centena de interessantes depoimentos –
se não representativo, pelo menos exemplificativo.
São
antigos alunos que vieram de Ponta Delgada, da Lagoa, da Ribeira Grande, de
Vila Franca, da Povoação, do Nordeste, doutras ilhas dos Açores.
São
antigos alunos que por aqui se ficaram ou que foram para o Continente, para o
Canadá, para a Califórnia.
São
antigos alunos que se notabilizaram – na Região ou no País – em contextos
políticos, económicos, sociais, culturais.
Não
é preciso recuar ao Liceu da Graça para lembrar que o nosso antigo aluno
Teófilo Braga foi o primeiro Presidente da República. Só nas últimas décadas
estudaram aqui dois presidentes da Assembleia da República e todos os quatro
presidentes do Governo dos Açores.
E
outros parlamentares, governantes, autarcas, empresários, professores, médicos,
advogados, engenheiros, arquitetos, sacerdotes, militares, jornalistas,
escritores, artistas, desportistas.
Alguns
são tão diferentes entre si que só mesmo o liceu os identifica e relaciona.
Mas,
todos juntos, ajudam a construir a memória desta casa, desde os anos trinta até
à década de oitenta.
Nos
anos 30, Eduardo Pacheco, Almeida
Pavão, Manuel Ferreira, Bruno Carreiro, Elias Negalha e Luiz Amaral – lembram a
solene abertura das aulas, as récitas do ginásio, o jornal “Arco Iris”, o Mestre
Galvão de Carvalho.
Nos
anos 40, Teresa Fraga, Joviano Vaz,
Fernando Aires, Soares de Sousa, Albergaria Pacheco, Linhares Furtado, Carlos
Almeida, Guilherme de Morais, Guido Rodrigues, Rubens Pavão, Cinelândia
Cogumbreiro, Gustavo Moura, João Constância, Netto Viveiros – recordam a
Mocidade Portuguesa, o rigor dos exames, o centenário do liceu, a ‘bicha dos
caloiros’.
Nos
anos 50, Costa Santos, Borges de
Sousa, Ferreira Almeida, Madruga da Costa, Cristóvão de Aguiar, Vasco Garcia,
Tavares Rebelo, Natália Almeida, Bento Sampaio, Henrique de Aguiar, Roberto
Amaral, Medeiros Ferreira, Mota Amaral, Sacuntala de Miranda, Rego Costa,
Furtado Dias, João Bernardo, Carlos Arruda, Garcia Lopes, Melo Bento, Berta
Camacho e Tomaz Vieira – não esquecem as camionetas madrugadoras, a sineta do
sr. Tavares, o Reitor João Anglin, o piano da biblioteca, o Mestre Armando
Côrtes-Rodrigues.
Nos
anos 60, Jorge Cabral, Carlos
Carreiro, Edeme Arsénio, Carlos Afonso, Margarida Brum, Leonor Pavão, Carlos
César, Paz Ferreira, Eduardo Medeiros, Bettencourt Resendes, Gilberta Rocha,
Berta Cabral, Zeca Medeiros, Emanuel Carreiro, Dionísio Leite e Jaime Gama – evocam
a bata branca, a secção feminina, a escola do magistério, o grupo cénico, o
professor Armando Medeiros.
Nos
anos 70, Eduardo Moniz, Sidónio
Bettencourt, Boanerges Melo, Manuel Arruda, José Carlos Carreiro, Humberto
Melo, Carlos Amaral, Decq Mota, Aníbal Raposo, Lopes de Araújo, Horácio Franco,
Milagres Paz, Piedade Lalanda, Iracema Cordeiro, Graça Castanho, Jorge
Medeiros, Pedro Maria, Mário Fortuna, Duarte Melo, Gabriela Canavilhas, Manuel
Moniz, José Nunes e Noé Rodrigues – testemunham as missas no Carmo, os lanches
no ‘Avião’, os namoricos no recreio, o 25 de abril, o Liceu Noturno.
Nos
anos 80, Luís Maurício, Victor Cruz,
José Bolieiro, Soares de Albergaria, Xali Barroso, Macedo de Medeiros, Ponciano
Oliveira e Vasco Cordeiro – revivem a associação de estudantes, as competições
desportivas, a melancólica saída do liceu.
São
tantos e tão diferentes na experiência da vida, mas tão iguais no sentimento de
pertença como na partilha de memórias.
De entre todos, alguns partiram para o “liceu eterno” durante a última década, desde a fundação da Associação dos Antigos Alunos, mas estão aqui incluídos e homenageados pela republicação dos seus testemunhos.
De
entre estes, há um que nos deixou na semana passada, pouco depois de escrever e
entregar o seu testemunho.
Professor,
historiador, deputado nacional e europeu, secretário de estado e ministro, foi
aluno do nosso liceu e participa no nosso livro.
Por isso, num simbolismo extensivo a todos os nossos colegas falecidos, proponho um minuto de silêncio em memória de José Medeiros Ferreira.
(…)
Depois
do intervalo, aqui ficam os agradecimentos obrigatórios e sentidos a pessoas e
entidades que tornaram possível a concretização deste livro.
Antes
de mais e acima de tudo, a exemplar empresa Publiçor, na pessoa do seu dinâmico gerente Ernesto Resendes, que assumiu a edição através da chancela Letras Lavadas;
Obrigado
a todos os 92 antigos alunos que nos
enviaram os seus importantes testemunhos e a tantos outros que, embora
querendo, o não puderam fazer em tempo útil;
Obrigado
a António Eduardo Soares de Sousa,
pela sugestiva ilustração que concebeu propositadamente para a capa;
Obrigado
a José Manuel Franco, pelas
excelentes imagens do liceu atual que a sua experiente e sensível objetiva fotográfica
expressamente captou;
E,
como os últimos são os primeiros, muito obrigado pela colaboração inexcedível
de Maria João Ruivo e João Paulo Constância na coordenação
editorial deste projeto, tão abrangente e complexo como estimulante e intenso.
Mas
há ainda um outro conjunto de agradecimentos que se impõe pela realização desta
sessão de lançamento:
Ao
conselho executivo da Escola Secundária
Antero de Quental, sempre disponível para acolher e ajudar as iniciativas
da Associação dos Antigos Alunos;
À
Câmara Municipal de Ponta Delgada,
pela colaboração dispensada para tornar ainda mais agradáveis os momentos de
reencontro e confraternização entre antigos colegas que antecederam o início
desta sessão;
Ao
Conservatório Regional de Ponta Delgada,
pela participação dos seus e nossos atuais alunos Filipe Raposo e Francisco
Cabral em violino e Henrique
Constância em violoncelo, que encerrarão esta sessão com a interpretação do
“Hino do Liceu” – uma obra que se perde na memória dos tempos, que marcava a
solenidade das sessões realizadas nesta biblioteca e que foi recentemente
recuperada, com arranjos de Ana Paula Andrade, por meritória iniciativa da
anterior direção da nossa Associação.
Um
agradecimento final a todas as pessoas que nos honram com a sua presença nesta
sessão e a três antigos alunos que não puderam participar, como gostariam, por
compromissos assumidos fora da Região: os presidentes Mota Amaral, Carlos César
e Vasco Cordeiro.
E
uma última palavra para outros dois momentos que ocorrem esta semana em Lisboa
e no Porto de evocação do nosso Liceu, afirmação da nossa Associação e
apresentação do nosso Livro.
O
primeiro a 27 de março na Casa dos Açores de Lisboa, no dia dos 87 anos da sua
fundação, com a apresentação deste livro pelos antigos alunos Mota Amaral e
Jaime Gama e com a tomada de posse da primeira direção da nova Delegação de Lisboa da Associação dos
Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, constituída por Eduíno de Jesus,
Renato Borges de Sousa e Luís Cruzinha Soares.
O
segundo a 29 de março na Casa dos Açores do Norte, no dia dos 34 anos da sua
fundação, também aqui complementando a apresentação do livro com a tomada de
posse da primeira direção da nova Delegação
do Porto da Associação dos Antigos Alunos, constituída por Guido Rodrigues,
Tavares Rebelo e Carlos Carreiro.
E
pronto. Está cumprido o Sumário e está dada a Matéria. Só falta o Trabalho Para
Casa.
Como
TPC, pedimos que nos ajudem a continuar e a alargar o projeto “Memórias do
Nosso Liceu” a tantas outras participações, incluindo as novas gerações.
Este
livro não é uma obra acabada mas sim o ponto de partida para reunirmos muitos
mais testemunhos, de notáveis ou anónimos, quer tenham concluído os seus
estudos há mais de 50 anos no Liceu de Ponta Delgada ou há menos de um ano na
Escola Secundária Antero de Quental.
Para
além da presença permanente no Facebook
e da página semanal no “Atlântico Expresso”, criámos o blogue “Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental”
que fica disponível, a partir de hoje e por tempo indeterminado, para acolher recordações
dos anos aqui passados, seja num texto desenvolvido ou num simples parágrafo, preferencialmente
ilustradas por fotografias da época.
Boa parte desses novos contributos bem poderá justificar, mais tarde ou mais cedo, um segundo volume de Memórias do Nosso Liceu.
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