Liceu Antero de Quental

Liceu Antero de Quental

domingo, 30 de março de 2014

Lançamento do livro "Memórias do Nosso Liceu" na Casa dos Açores do Norte


Intervenção do Dr. João Paulo Constância, diretor da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, no lançamento do livro “Memórias do Nosso Liceu” realizado a 29 de março, na Casa dos Açores do Norte, no Porto:

 
 
Exmo. Senhor Presidente da Casa dos Açores do Norte, Dr. Ponciano Oliveira, ilustre anfitrião desta cerimónia

Caríssimo Presidente da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, Dr. José Andrade, mentor do livro de memórias que hoje apresentamos

Senhor Presidente em exercício da Delegação da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, Dr. Tavares Rebelo

Senhor vogal da Delegação da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, Professor Carlos Carreiro
 
Exmos  Membros dos corpos sociais da Casa dos Açores do Norte
 
Caros Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental

Senhoras e Senhores

 
 
Permitam-me, em primeiro lugar, algumas referências de carácter mais pessoal, mas que em boa verdade não consentiria a mim mesmo se as não fizesse. E começaria por expressar o meu gosto especial em estar aqui hoje, na casa dos Açores, e nesta cidade do Porto onde tive o privilégio de viver e estudar.
 
Feitas as despedidas ao velho liceu de Antero, poucos meses depois de ter completado os 18 anos, lá vim para esta nobre cidade invicta, onde cheguei às 6 da madrugada de um perdido dia de Outubro, de há quase quinhentos anos, vindo de Lisboa no comboio correio. Deixei para trás o Paço do Barão de Fonte Bela, ávido de novas descobertas e experiências. O Porto recebeu-me de braços abertos. Entre venturas e desventuras, recordo com saudade, as amizades que aqui fiz, os jantares dos açorianos, os serões que acabavam com récitas à Rosalia de Castro, os encontros na casa dos Açores e o grupo de cantares que afinava à batuta do meu Amigo Emiliano Toste, onde eu apenas fazia quezzz-quezzz no Pézinho da Vila, resultado da minha incapacidade de manter o tom, característica que herdei de meu Pai. Ele sempre trocou as aulas de canto coral pelo relvado do campo de jogos do Liceu. Mas quis o destino, sorte minha, trazer-me uma família de músicos afinados.
 
Perdoem-me o desvio à razão que me trouxe aqui: a coletânea de testemunhos que formam estas "Memórias do nosso Liceu".
 
Mas antes, impõe-se que dirija uma palavra muito especial a três pessoas, sem as quais esta edição não seria possível, não obstante, como é óbvio, de todos os autores dos depoimentos, primeira razão de ser deste livro. Refiro-me, desde logo, a José Andrade, Presidente da nossa Associação, sempre incansável e hiper-activo, que se lançou, e nos lançou, a esta ideia; ao Senhor Ernesto Resendes, sócio gerente da editora Letras Lavadas, que aceitou o desafio da edição, e que a concretizou com a qualidade que é seu apanágio e da gráfica que dirige, fazendo justiça aos muitos  prémios que tem recebido; e, claro, à Maria João Ruivo, pela sua organização, pela sua paciência e pela competente leitura dos textos, em inúmeras revisões.
 
Não posso igualmente deixar de fazer referência ao que foi, para nós, o inesperado êxito desta iniciativa e das sessões de lançamento anteriores: em Ponta Delgada, na solene biblioteca do nosso Liceu, e em Lisboa, na sede da casa dos Açores. Enalteço os testemunhos e o convívio de várias gerações de antigos alunos que partilham o orgulho de terem passado pelo Liceu de Ponta Delgada.
 
Por diversas vezes, tenho-me questionado sobre o porquê desta tão forte ligação ao nosso Liceu de Antero. E, como seria de esperar, ocorrem-me inúmeras razões, todas elas válidas. Entre todas elas, prendo-me no paradigma temporal.
 
Na adolescência-juventude, o tempo tem outra dimensão. Tudo parece infindável. É o tempo do tempo longo. Onde há tempo para tudo, e onde há dias e horas que custam a passar. E do passado não há ainda grande memória e é o futuro que reclama toda a atenção.
 
As memórias só se vão tornando afectivas com o tempo, ou melhor, com a distância no tempo. À medida que ele passa, começamos a dar mais valor ao que vivenciámos e a perceber a real importância que tiveram esses anos de juventude, onde formámos as nossa personalidade e onde tantos rumos da nossa vida se decidiram.
 
Chegados ao tempo do tempo curto, estas memórias afectivas dão razão e valor às nossas vidas e apaziguam-nos com esta dimensão.
 
"Esta extraordinária discrepância entre o tempo no relógio e o tempo na mente, é menos conhecida do que deveria ser e merece mais investigação", como dizia Virgínia Woolf.
 
Hoje, conto semanas.  Já não conto dias. Os dias tornaram-se uma unidade pouco significativa para medir a passagem do tempo. Por isso, cada vez mais aprecio a serenidade que as lembranças nos trazem. Para mim, é disto que este livro fala.
 
Falando do livro, começo pela capa.  E um agradecimento especial é devido ao Arquitecto Eduardo Sores de Sousa que concebeu a ilustração que lhe dá brilho e alma.
 
Entrando no livro, a receber-nos, temos a imagem da principal entrada do paço-liceu, com a sua varanda de ferro e a sua porta de arco, que tantos de nós transpusemos, vezes sem conta. E na página ao lado, José Andrade, no seu proémio, sobrevoa as 5 décadas de testemunhos construindo, com muita mestria, uma narrativa em que cita cada um dos 92 autores, criando um mosaico de impressões coloridas sobre o nosso liceu.
 
Dos textos, em si, e como imaginam, não vou falar. Não quero roubar-vos o prazer da surpresa, e de descobrirem estórias, emoções e sentimentos. São memórias muito diversas que nos remetem para episódios como a  abertura solene das aulas; as récitas e bailes no Ginásio; os saraus na Biblioteca; a criação dos jornais Arco-Íris e Girassol; a bichados caloiros; os torneios desportivos...
 
E, como não podia deixar de ser, são recorrentes os nomes dos grandes mestres: José de Almeida Pavão, Eduardo Pacheco, João Anglin, Lúcio Miranda, Armando Côrtes-Rodrigues, Ruy Galvão de Carvalho, Fernando Aires, entre tantos outros.
 
Os testemunhos abrangem um período de cerca de 50 anos, dos anos 30 aos anos 80. São de Antigos alunos que vieram estudar para o Liceu, oriundos dos vários concelhos de São Miguel, mas também de outras ilhas. Muitos, terminado o Liceu, fixaram-se no Continente, América, Canadá, Brasil, e porque não dizer pelos quatro cantos do planeta. Alunos que viriam a notabilizar-se em áreas tão diversas: Cultura, Artes, Política, Economia, Jornalismo, Desporto e em outras tantas.
 
De todos os autores, se me permitem, apenas refiro um: o Professor Medeiros Ferreira, recentemente falecido, a título de homenagem. Foi com grande pesar que recebemos a notícia,  e ficámos particularmente impressionados porque havíamos recebido o seu depoimento poucos dias antes.
 
Todos estes testemunhos, que agora reunimos, são, na verdade, um hino de homenagem ao nosso liceu de Antero.
 
A parte final do livro apresenta uma galeria de fotografias de José Franco, a quem dirijo o nosso agradecimento pela qualidade das imagens que captou.  São imagens da actual Escola Secundária, que evocam o velho Paço da Ventura, como lhe chamou João Bento Sampaio. Pela sua singularidade, merece uma referência especial a fotografia de duas jovens, vestidas a preceito, num estilo que eu não sei designar mas que é sinal dos tempos.
 
A fechar, um belíssimo texto de Maria João Ruivo, não fosse ele filha de quem é - de dois velhos mestres do Liceu: Idalinda Ruivo e Fernando Aires.
 
Um livro desta natureza é sempre e forçosamente incompleto. Entre milhares de alunos que já passaram pelo Liceu, estes que agora se expressam são apenas uma amostra. Um projecto destes é sempre um ponto de partida. Por isso, não damos por concluída a nossa missão. Vamos continuar a pedir e a recolher testemunhos, estórias e imagens do nosso liceu. Quem sabe se em breve não haverá mais um volume... se para tal nos ajudar o engenho ou fadas do Liceu de Antero, em que todos cremos.
 
Resta-me agradecer a vossa presença.

Muito obrigado pelo vosso tempo!

sábado, 29 de março de 2014

Intervenção do Presidente da AAALAQ na assinatura do protocolo de cooperação com a CAN e na instalação da Delegação do Porto da AAALAQ


Intervenção do Presidente da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, José Andrade, na assinatura do protocolo de cooperação com a Casa dos Açores do Norte e na instalação da Delegação do Porto da AAALAQ (Casa dos Açores do Norte, 29 de março de 2014):

 

 
Senhor Presidente da Casa dos Açores do Norte, Dr. Ponciano Oliveira
 
Caros Dirigentes da Associação e da Delegação da AAALAQ
 
Caros antigos alunos do Liceu de Ponta Delgada
 
Senhoras e Senhores
 
 
Esta sessão significativa na Casa dos Açores do Norte fecha com “chave de ouro” uma semana marcante na vida da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental.
 
Segunda-feira, em Ponta Delgada, lançámos o livro “Memórias do Nosso Liceu” na biblioteca da Escola Secundária Antero de Quental, com a participação dos antigos alunos José Manuel Bolieiro e Iracema Cordeiro, atuais presidentes da câmara municipal e do conselho executivo.
 
Quinta-feira, em Lisboa, apresentámos o livro com a participação dos antigos alunos Mota Amaral e Jaime Gama, também antigos presidentes da Assembleia da República; formalizámos um protocolo de cooperação com a Casa dos Açores e instalámos a Delegação de Lisboa da nossa Associação, empossando os seus dirigentes Eduíno de Jesus, Renato Borges de Sousa e Luís Cruzinha Soares.
 
Este sábado, na cidade do Porto, muito nos honra a oportunidade histórica de fazer chegar a nossa Associação ao Norte do continente português, onde residem importantes antigos alunos do Liceu Antero de Quental.
 
Fazemo-lo graças à disponibilidade de colaboração, que muito nos apraz registar, da Casa dos Açores do Norte, dos seus dirigentes e dos seus associados.
 
Por isso, queremos aqui deixar uma palavra de reconhecimento e de felicitação à Casa dos Açores do Norte, na pessoa do seu jovem e dinâmico presidente Dr. Ponciano Oliveira, também antigo aluno da Escola Secundária Antero de Quental.
 
Muito obrigado pela disponibilidade prontamente manifestada e agora formalmente concretizada no protocolo de cooperação que acabámos de assinar.
 
Muitos parabéns pelo 34º aniversário da Casa dos Açores do Norte, que hoje se assinala e em cujo programa comemorativo temos o privilégio de inserir a nossa participação.
 
Trazemos para a vossa festa, em jeito de prenda de anos, um livro e uma delegação.
 
Do livro “Memórias do Nosso Liceu” falará o meu colega de Direção, Dr. João Paulo Constância.
 
Da Delegação apenas falo para enaltecer e agradecer o quanto nos honra passar a ter como representantes formais da nossa Associação na cidade do Porto três importantes antigos alunos que orgulham o Liceu Antero de Quental – o Eng. Guido Rodrigues (impossibilitado de estar presente por compromissos associativos na Assembleia da República), o Dr. José Manuel Tavares Rebelo, que me habituei a admirar pela sua dedicação de sempre à Casa dos Açores, e o Professor Carlos Carreiro, que é desde sempre o meu pintor preferido.
 
A Delegação do Porto da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, estatutariamente prevista desde a nossa fundação em 2002, passa hoje a ser uma realidade promissora.
 
Entre Ponta Delgada, Lisboa e Porto constituímos assim uma comunidade liceal – muito para além da nossa juventude e muito para lá do Palácio Fonte Bela – que se revê e que se relaciona num sentimento de pertença a um património de memórias identitário e partilhado.
 
Saímos do liceu mas o liceu não sai de nós.
 
Por isso valeu a pena reativar a Associação dos Antigos Alunos no final de 2013.
 
E por isso vale a pena criar a sua Delegação do Porto neste início de 2014.
 
Ficamos todos ainda mais próximos da nossa escola e dos nossos colegas.
 
É a este espírito saudoso e saudável que confino uma intervenção necessariamente breve num programa tão intenso e interessante que aqui nos reúne.
 
Depois da Assembleia Geral da Casa dos Açores e antes do jantar comemorativo do seu aniversário, aqui estamos a estreitar a distância entre Ponta Delgada e o Porto – como se o Largo dos Mártires da Pátria ficasse paredes-meias com a Rua do Bonfim.
 
Aqui, sendo dos Açores, sentimo-nos em Casa.
 
Muito obrigado pelo vosso acolhimento.

 

Instalação da Delegação do Porto da AAALAQ


Ata da Instalação da Delegação do Porto

da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental

 

 

Aos vinte e nove dias do mês de março do ano de dois mil e catorze, pelas dezoito horas, na Casa dos Açores do Norte, que lhe serve de sede social, foi instalada a Delegação do Porto da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, ao abrigo do artigo décimo sétimo dos Estatutos da Associação e na sequência da deliberação da Direção da Associação tomada por unanimidade na reunião de vinte e um de janeiro de dois mil e catorze, em cerimónia presidida pelo presidente da Direção da Associação, José Maria de Medeiros Andrade, que empossou a primeira Direção da Delegação da Associação, constituída por Guido Orlando de Freitas Rodrigues, como Presidente, e por José Manuel Tavares Rebelo e Carlos de Amaral Carreiro, como vogais, que exercerão as funções de Tesoureiro e Secretário, do que, para constar, se lavrou a presente ata que eu, João Paulo Alvão Serra de Medeiros Constância, Tesoureiro da Direção da Associação, servindo de Secretário, redigi e subscrevo com os demais:

 

João Paulo Alvão Serra de Medeiros Constância

 

 

Guido Orlando de Freitas Rodrigues

 

José Manuel Tavares Rebelo

 

Carlos de Amaral Carreiro

 

 

José Maria de Medeiros Andrade

Protocolo de Cooperação entre a AAALAQ e a Casa dos Açores do Norte


PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO
ENTRE A CASA DOS AÇORES DO NORTE E A ASSOCIAÇÃO
DOS ANTIGOS ALUNOS DO LICEU ANTERO DE QUENTAL

Considerando a abertura sempre manifestada pela Casa dos Açores do Norte no apoio às organizações dedicadas ao desenvolvimento sócio-cultural das diferentes ilhas açorianas;
Considerando a complementaridade de objetivos estatutários e a mais-valia decorrente da convergência solidária expressa em ações conjugadas;
A Casa dos Açores do Norte, adiante designada por CAN, e a Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, adiante designada por AAALAQ, reconhecendo vantagens mútuas num regime de cooperação com vinculo institucional, decidem celebrar o presente protocolo que se rege pelas cláusulas seguintes:

Cláusula 1ª

A CAN compromete-se a:
a)             Colaborar com a AAALAQ na base das suas tradições, experiência e meios disponíveis;
b)             Apoiar a Delegação do Porto da AAALAQ quanto à utilização do seu endereço, à receção de correspondência, à cedência de espaço para arquivo das rotinas administrativas e para reunião dos seus associados;
c)              Disponibilizar as suas instalações para realização pontual de iniciativas públicas da AAALAQ.

Cláusula 2ª

A AAALAQ compromete-se a:
a)              Contribuir para o aprofundamento da missão da CAN, no âmbito das atividades que desenvolve;
b)             Colocar à disposição da CAN os seu meios de comunicação entre os respetivos associados e com o público em geral;
c)              Respeitar as normas estabelecidas para a utilização das instalações da CAN.

Cláusula 3ª
 
A CAN e a AAALAQ poderão desenvolver iniciativas conjuntas de interesse comum.

Cláusula 4ª
 
O objetivo referido na cláusula anterior poderá ser extensivo a entidades terceiras, mediante acordo prévio de ambas as partes.

Cláusula 5ª
 
a)      O presente protocolo é válido pelo período de dois anos a contar da sua assinatura, podendo ser tacitamente prorrogado, desde que nenhuma das partes o denuncie até trinta dias antes do seu termo;
b)     Sempre que ocorrer a mudança de corpos sociais, estes devem vincular-se aos compromissos em vigor ao abrigo do presente protocolo, só podendo denunciá-lo nos termos da alínea anterior;
c)      Em nenhum caso, mesmo quando tenha lugar a denúncia do protocolo, qualquer das partes poderá quebrar a responsabilidade assumida sobre atividades em curso ou previstas para os três meses seguintes.


Porto, 29 de Março de 2014


O Presidente da Direção da Casa dos Açores do Norte                                            
Ponciano Manuel Castanheira de Oliveira                

O Presidente da Direção da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental
José Maria de Medeiros Andrade

Intervenção do Presidente da AAALAQ na assinatura do protocolo de cooperação com a CAL e na instalação da Delegação de Lisboa da AAALAQ


Intervenção do Presidente da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, José Andrade, na assinatura do protocolo de cooperação com a Casa dos Açores de Lisboa e na instalação da Delegação de Lisboa da AAALAQ (Casa dos Açores de Lisboa, 27 de março de 2014):

 
 
Senhor Presidente da Casa dos Açores de Lisboa, Dr. Miguel Loureiro
 
Ilustres oradores convidados, Dr. Mota Amaral e Dr. Jaime Gama – ambos antigos alunos do nosso liceu (o primeiro ainda presidente da Assembleia Geral da nossa Associação) e antigos presidentes da Assembleia da República – muito obrigado pela vossa presença que muito nos honra
 
Senhora Secretário de Estado da Defesa Nacional, Dra. Berta Cabral
 
Senhor Deputado à Assembleia da República, Dr. Carlos Enes
 
Senhor Presidente da Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta, Prof. Melo Barreiros
 
Senhor Presidente da Associação dos Antigos Alunos do Liceu de Angra, Dr. João Laranjeira
 
Caros dirigentes da Delegação de Lisboa da AAALAQ, Dr. Eduíno de Jesus e Dr. Renato Borges de Sousa
 
Caros colegas da Direção da AAALAQ, Maria João Ruivo, João Paulo Constância e Fátima Ferreira de Almeida
 
Caros co-autores do livro “Memórias do Nosso Liceu”
 
Caros antigos alunos do Liceu de Ponta Delgada
 
Senhoras e Senhores
 
 
Este é um dia muito importante para a Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental – porque celebramos um protocolo de cooperação com a Casa dos Açores, porque instalamos a primeira delegação da Associação em Lisboa e porque lançamos as “Memórias do Nosso Liceu” na capital portuguesa.
 
Numa sessão de tão profuso conteúdo e numa mesa de tão ilustres participantes, abstenho-me de considerações prolongadas e detenho-me em três questões institucionais – a Casa dos Açores de Lisboa, a Associação dos Antigos Alunos e a Delegação de Lisboa da Associação dos Antigos Alunos. Até porque do livro “Memórias do Nosso Liceu” – que também, e sobretudo, aqui nos reúne – falará a vice-presidente em nome da Associação.
 
É à Casa dos Açores de Lisboa que dedico as minhas primeiras palavras. Desde logo, para felicitá-la pelos 87 anos de vida que hoje historicamente assinala e que amanhã oficialmente comemora.
 
Faço-o nas pessoas do senhor presidente da Direção, Dr. Miguel Loureiro, e do senhor presidente da Assembleia geral, Doutor Eduíno de Jesus, para relevar a sua exemplar dedicação que tanto prestigia a Casa – e a causa – dos Açores em Lisboa.
 
Muito obrigado pelo vosso acolhimento.
 
Desde a sua fundação a 27 de março de 1927, esta nossa mais antiga e mais importante instituição exterior orgulha os açorianos de lá e dignifica os açorianos de cá.
 
Por isso, honramo-nos com a oportunidade de representar a Associação dos Antigos Alunos neste espaço significativo e nesta data simbólica e congratulamo-nos com a possibilidade de celebrar um protocolo de cooperação de efeitos práticos e imediatos.
 
Já no seu âmbito se insere a presente formalização da primeira Delegação de Lisboa da AAALAQ – prevista nos nossos estatutos fundacionais de 2002 e agora finalmente concretizada.
 
Ao terceiro mês do mandato de três anos desta nova Direção, não podíamos ter encontrado melhores parceiros nacionais do que o Doutor Eduíno de Jesus, o Dr. Renato Borges de Sousa e o Coronel Luís Cruzinha Soares (este impossibilitado de estar aqui presente) para alargar e dinamizar localmente este saudoso e saudável espírito de pertença a um liceu que nos identifica e relaciona.
 
Muito obrigado pela vossa disponibilidade.
 
Com o mesmo propósito estaremos também já daqui a dois dias na Casa dos Açores do Norte a instalar a Delegação do Porto da Associação dos Antigos Alunos. E com idêntico espírito estivemos também há dois dias na emblemática biblioteca da Escola Secundária Antero de Quental a celebrar as “Memórias” que aqui vos trazemos.
 
Assim vai ficando reativada e projetada uma comunidade liceal que nos distingue e valoriza, para além da nossa juventude e para lá do Palácio Fonte Bela.
 
Num mundo dominado pela globalização e num tempo formatado pela “googalização”, sabe bem o conforto deste sentimento de pertença enquanto referência identitária: o nosso Liceu Antero de Quental na nossa cidade de Ponta Delgada.
 
É por ele que estamos aqui.
 
É com ele que nos mantemos unidos.

Instalação da Delegação de Lisboa da AAALAQ


Ata da Instalação da Delegação de Lisboa

da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental

 

 

Aos vinte e sete dias do mês de março do ano de dois mil e catorze, pelas dezoito horas, na Casa dos Açores de Lisboa, que lhe serve de sede social, foi instalada a Delegação de Lisboa da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, ao abrigo do artigo décimo sétimo dos Estatutos da Associação e na sequência da deliberação da Direção da Associação tomada por unanimidade na reunião de vinte e um de janeiro de dois mil e catorze, em cerimónia presidida pelo presidente da Direção da Associação, José Maria de Medeiros Andrade, que empossou a primeira Direção da Delegação da Associação, constituída por Eduíno de Jesus, como Presidente, e por Renato Borges de Sousa e Luís Cruzinha Soares, como vogais, que exercerão as funções de Tesoureiro e Secretário, do que, para constar, se lavrou a presente ata que eu, João Paulo Alvão Serra de Medeiros Constância, Tesoureiro da Direção da Associação, servindo de Secretário, redigi e subscrevo com os demais:

 

João Paulo Alvão Serra de Medeiros Constância

 

 

Eduíno de Jesus

 

Renato Borges de Sousa

 

Luís Cruzinha Soares

 

 

José Maria de Medeiros Andrade

Protocolo de Cooperação entre a AAALAQ e a Casa dos Açores de Lisboa

PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO
ENTRE A CASA DOS AÇORES DE LISBOA E A ASSOCIAÇÃO
DOS ANTIGOS ALUNOS DO LICEU ANTERO DE QUENTAL


Considerando a abertura sempre manifestada pela Casa dos Açores de Lisboa no apoio às organizações dedicadas ao desenvolvimento sócio-cultural das diferentes ilhasaçorianas;
Considerando a complementaridade de objetivos estatutários e a mais-valia decorrente da convergência solidária expressa em ações conjugadas;
Considerando a experiência de cooperação entre a Casa dos Açores e as Associações de Antigos Alunos dos Liceus de Angra do Heroísmo e da Horta;

A Casa dos Açores de Lisboa, adiante designada por CAL, e a Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, adiante designada por AAALAQreconhecendovantagens mútuas num regime de cooperação com vinculo institucional, decidem celebrar o presente protocolo que se rege pelas cláusulas seguintes:

Cláusula 1a

CAL compromete-se a:
a) Colaborar com a AAALAQ na base das suas tradições, experiência e meiosdisponíveis;
b) Apoiar a Delegação de Lisboa da AAALAQ quanto à utilização do seu endereço, àreceção de correspondência, à cedência de espaço para arquivo das rotinas administrativas e para reunião dos seus associados;
c) Disponibilizar as suas instalações para realização pontual de iniciativas públicas da AAALAQ.
Cláusula 2a

A AAALAQ compromete-se a:
a) Contribuir para o aprofundamento da missão da Casa dos Açores, através das suas orientações programáticas e no âmbito das atividades que desenvolve;
b) Colocar à disposição da Casa dos Açores os seu meios de comunicação entre os respetivos associados e com o público em geral;
c) Respeitar as normas estabelecidas para a utilização das instalações da Casa dosAçores.
 
Cláusula 3ª

CAL e a AAALAQ poderão desenvolver iniciativas conjuntas de interesse comum.

Cláusula 4a

O objetivo referido na cláusula anterior poderá ser extensivo a entidades terceiras, mediante acordo prévio de ambas as partes.

Cláusula 5a

a) O presente protocolo é válido pelo período de dois anos a contar da sua assinatura, podendo ser tacitamente prorrogado, desde que nenhuma das partes o denuncie até trinta dias antes do seu termo;
b) Sempre que ocorrer a mudança de corpos sociais, estes devem vincular-se aos compromissos em vigor ao abrigo do presente protocolo, só podendo denunciá-lo nos termos da alínea anterior;
c) Em nenhum caso, mesmo quando tenha lugar a denúncia do protocolo, qualquer das partes poderá quebrar a responsabilidade assumida sobre atividades em curso ou previstas para os três meses seguintes.


Lisboa, 27 de Março de 2014


O Presidente da Direção da Casa dos Açores de Lisboa
Miguel Fernando Peixoto de Ávila Loureiro

O Presidente da Direção da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental
José Maria de Medeiros Andrade






 
 


quinta-feira, 27 de março de 2014

Lançamento do livro "Memórias do Nosso Liceu" na Casa dos Açores de Lisboa


Intervenção da vice-presidente da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Antero de Quental, Maria João Ruivo, no lançamento do livro “Memórias do Nosso Liceu” realizado a 27 de março na Casa dos Açores de Lisboa:

Exmos. Senhores
Presidente da Casa dos Açores (Dr. Miguel Loureiro)
Presidente da Delegação da AAALAQ (Dr. Eduíno de Jesus)
Oradores convidados - Dr. Mota Amaral e Dr. Jaime Gama
Vogal da Delegação da AAALAQ (Dr. Renato Borges de Sousa)
Presidente da AAALAQ (Dr. José Andrade)
Caros Antigos Alunos
Sras. e Srs.

 
Há quem guarde os agradecimentos para o fim, mas apetece-me iniciar exatamente  por aí, já que estou muito contente por estar neste espaço. E quero começar por agradecer à Casa dos Açores, na pessoa do Presidente da sua Direção e também ao Dr. Eduíno de Jesus, Presidente da Assembleia Geral, bem como ao Dr. Renato Borges de Sousa, que teve uma enorme paciência para me aturar, o estarmos aqui hoje a apresentar este livro. Sabemos bem o trabalho que essas coisas dão.

Ficam, também, aqui, os nossos agradecimentos a todos os que nos apoiaram e colaboraram neste projeto:
- à Empresa Publiçor, que assumiu, desde logo, esta edição;
- ao Arquiteto Eduardo Soares de Sousa, que, prontamente, acedeu ao meu pedido de conceber uma aguarela para a capa;
- ao José Franco, meu marido, pela bela galeria de fotos que tirou do Liceu atual;
- aos 92 antigos alunos que são, afinal, os autores deste livro;
- aos meus caros amigos Paulo Constância e José Andrade, com quem foi um enorme prazer trabalhar. Foram muitos e muitos e-mails e telefonemas que trocámos ao longo de largas semanas, especialmente pela noite dentro, que é, por vezes, quando o trabalho melhor flui.
- e claro, um agradecimento especial a todo este público aqui presente.

O objetivo fundamental deste Livro foi homenagear o nosso Liceu, dando voz a alguns dos seus antigos alunos e espaço às suas memórias, porque é muito de memórias que tudo se vai tecendo. E nesta homenagem ficará perpetuada a importância que este Liceu teve para muitas das gerações que por ele passaram.

Claro que nestas coisas, é importante tentarmos estabelecer critérios para cometermos o mínimo possível de falhas, mas todos sabemos que, por muitos critérios que sejam estabelecidos, há sempre erros, fugas aos esquemas previamente pensados, esquecimentos inevitáveis.

Tivemos, portanto, desde o início, a consciência de que uma obra desta natureza dificilmente chega ao fim. Tal como o João Constância disse no seu texto de abertura do Livro, um projeto destes implica sempre riscos, especialmente o de deixarmos esquecido quem não merece, de modo algum, sê-lo. Por isso pedimos, no início, a algumas pessoas para nos ajudarem a lembrar possíveis colaboradores. Recorremos, entre outros, ao professor Rubens Pavão, ao Dr. Eduíno, ao Onésimo, que, embora não tendo estudado no Liceu, conhece metade deste mundo e do outro e deu-nos boas indicações sobre pessoas que não conhecíamos.

Foram milhares e milhares de alunos que passaram por este Liceu e que poderiam ter dado importantes testemunhos das ricas memórias que têm dele, mas não temos de encarar este volume como o final de um projeto. Pelo contrário, preferimos ver nele, claramente, o começo de um longo caminho que pode ser percorrido por esta ou por qualquer outra Direção da nossa Associação.

O Livro, como irão ver, abrange um período de cerca de 50 anos – dos anos 30 aos 80. São testemunhos de Antigos alunos, que vieram dos vários concelhos da ilha de São Miguel e também das outras ilhas açorianas. Muitos deles, mais tarde, espalharam-se pelo Continente, América, Canadá, etc. Antigos Alunos que, de uma forma ou de outra, se notabilizaram, dentro e fora da região e do país, nas mais variadas áreas: na Cultura, nas Artes, na Política, na Economia, no Jornalismo, no Desporto e em tantas, tantas outras. Todos eles, independentemente da época, têm pelo menos uma coisa em comum - o sentimento de pertença a este espaço do Liceu. As memórias não serão exatamente as mesmas de década para década, mas o espírito que as anima, no essencial, não mudou assim tanto.

Sou professora deste Liceu há 26 anos, e posso afirmar que ainda hoje, embora a ideia da excelência e do valor do ensino seja muito diferente do que já foi (por vários motivos), os nossos alunos, pelo menos os mais atentos e despertos, sentem vaidade de estudar nesta Escola (que já mal conhecem como Liceu). Estas paredes do Antigo Palácio dos Fonte Bela ainda exercem sobre eles uma grande influência, até no próprio comportamento dentro e fora das salas de aula. Numa época em que se fala tanto da indisciplina e das atitudes inaceitáveis de muitos jovens, o que, infelizmente, é verdade, gostaria de vos levar a visitar o nosso Liceu para verem com os vossos próprios olhos, que, sobretudo na parte antiga do palácio, não se vê um risco nas paredes, uma porta partida ou um papel no chão. Até o ambiente nos corredores, durante os intervalos, é muito mais silencioso do que o que se verifica na parte nova do Liceu, conhecida por Secção. Isto mostra que aquelas velhas paredes exercem ainda o seu poder no imaginário destes jovens, que são os futuros Antigos Alunos.

Acabámos por incluir também, neste livro, textos de pessoas já falecidas (cerca de 10). E como, mais uma vez, tínhamos de estabelecer um critério dentro do possível, justo, optámos por limitar estes últimos a pessoas desaparecidas nos últimos 10 anos, tempo de vida da nossa Associação. Aliás, não posso deixar de referir aqui que foi com muito pesar que recebemos a notícia do falecimento do Professor e Historiador Dr. Medeiros Ferreira, que nos impressionou de modo ainda mais particular, porque ele tinha acabado há poucos dias, de enviar o seu testemunho para o livro. Podemos imaginar com que esforço o terá feito.

São inúmeras as memórias que atravessam este livro e que os leitores irão ter oportunidade de saborear. Refiro apenas algumas, como por exemplo: a abertura solene das aulas; as récitas no Ginásio, os saraus na Biblioteca, espaço onde muitos descobriram o fascínio de viajar através dos livros; a importância dos jornais Arco-Íris e Girassol, onde começaram a revelar-se alguns dos futuros escritores e poetas deste país. Muitos recordam, ainda, o rigor do exame de Admissão e momentos mais agradáveis como a “bicha” dos caloiros ou os torneios desportivos, a sineta do Sr. Tavares e os namoros no recreio (isto numa fase posterior, porque, antes disso ser possível, havia a clara divisão entre rapazes e raparigas e o máximo que se podia desejar era um breve aceno ao sexo oposto ou a troca rápida de um bilhete às escondidas). Temos também aqui a geração que apanhou a viragem do 25 de Abril, essa época marcada por uma enorme instabilidade, mas que trouxe aos jovens o sabor de acreditar que Portugal poderia ter um Futuro bem mais risonho…

Do fundo de todas estas memórias, sobressaem nomes recorrentes, como era de esperar. Os nomes dos grandes mestres: Dr. Pavão, Dr. Pacheco, Dr. João Anglin, Dr. Lúcio Miranda, Dr. Armando Côrtes-Rodrigues, Dr. Ruy Galvão, o Mestre Ruy, como lhe chamavam e, se me permitem dizê-lo, porque não seria justo omiti-lo, meu Pai, Fernando Aires, e tantos outros, que são, vezes sem conta, aqui mencionados pelas marcas que deixaram em tantos milhares de alunos.

Não posso deixar de referir que este projeto se tornou, por várias razões, extremamente grato para mim. Estou ligada a este Liceu desde que me tenho por gente. Meus Pais foram lá professores. Mais tarde, fui, eu própria, aluna e regressei aos 22 anos como professora.

À medida que fui lendo todos estes testemunhos, revivi, claro, muitas das minhas memórias, e este foi um processo muito curioso, porque o facto de ser lá professora há 26 anos dá-me, por vezes, a sensação de que nunca me cheguei a ausentar, não tendo, por vezes, o distanciamento suficiente para fazer bom uso da memória. Ler estes testemunhos foi uma forma de fazer isso, de me colocar, de novo, na pele de aluna e de recordar o que foi ser adolescente neste Liceu há 30 anos e descobrir um mundo de coisas importantes. Tudo isto reavivou a saudade imensa que tenho de alguns dos meus grandes professores e da importância que tiveram na minha vida.

Para finalizar, deixo-vos aqui com o último parágrafo do texto que escrevi para encerrar este Livro, e que passo a citar:

“Tenho a certeza de que, se percorrermos os corredores do nosso Liceu, nos breves momentos em que neles não há alunos, conseguiremos ouvir os passos de tantas gerações que por lá andaram como se fossem os nossos próprios passos e, se entrarmos sozinhos na Biblioteca, os sonhos que invadiram aquele espaço confundir-se-ão com os nossos próprios sonhos. Porque há coisas que são eternas e a memória ajuda-nos a que assim seja.”

Muito obrigada